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Hoje cortei o cabelo

Posted by Ana on 19:14
E com ele cortei o medo de de dar errado, de não ficar bom, de não sair do jeito que eu queria.
Cortei o estável e o conhecido.
Cortei o confortável.
Cortei os caminhos por onde sempre andei e abri espaço para outras possibilidades.
Cortei o acúmulo do desnecessário.
Cortei o desejo de ter certeza.
Cortei o que pesava sobre as costas.
Cortei o que tenho sido, desejosa de permitir-me ser outra(s).

Mas o cabelo cresce de novo. Como cresce também, e de novo, tudo o que hoje foi embora com ele.
E por isso quero sempre me lembrar da leveza que senti quando não o tinha mais. Para cultivar sempre em mim o vazio que me possibilita explorar, experimentar e saborear o que a vida nos apresenta quando nos entregamos a ela de braços abertos e nus.


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Oi, tá por aí?

Posted by Ana on 17:18
Estou. Estou sempre por aí. Porque estar só aqui ou ali ou lá me é pouco. Estou sempre por aí em direção ao amor e tentando não me distanciar muito de mim. Estou sempre por aí tentando dar lugar a essa pulsão de vida que me aperta o peito e me engasga a alma.

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De repente, a vida

Posted by Ana on 00:38
De repente você cai na rua
De repente você perde o sono
De repente você perde a fome

De repente você perde o emprego
De repente você ganha uma viagem
De repente você se apaixona
De repente você acha que sabe
De repente você deseja não saber
De repente você está bem
De repente não está tão bem assim
De repente você decide
De repente muda de ideia
De repente um acidente acontece
De repente o caseiro da casa de sua mãe morre de infarto num intervalo de 4 dias
De repente você entende que a vida é uma sucessão de repentinos momentos que numa coreografia discreta trazem a sensação ilusória de algum controle
De repente você, então, só entrega, confia, recebe e agradece.

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Quando sinto que não sei

Posted by Ana on 00:23
O que será que está dentro?
O que será que está dentro que borbulha, esquenta, deseja?
Um desejo que não é de ti, de si, que deveria ser. Deveria?
Que tomba lágrimas em meio a sorriso de canto de boca.
Que palpita o peito quando saudoso se sente do que ainda está por vir.
Cansado.
Um turbilhão de sensações, emoções, questões. De si, do outro, do mundo, da vida.
Como lampejos de ilusória certeza.
Como clareza de confusos desejos.
Vazio que derrama sonhos.

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Ela.

Posted by Ana on 21:28
Observo-a com cuidado. Reluz branca e límpida, aberta a todas as possibilidades.

As letras escorregam sobre ela um pouco atrapalhadas. Fazia tempo.

Saudade.

Tão serena, causa em mim um rebuliço de sensações. O sonho, o real, o ideal, tudo se mistura e se confunde numa explosão silenciosa aqui dentro, quando anseio por ela.

A página em branco.

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Captain

Posted by Ana on 22:02
Os estilos de vida das pessoas sempre me encantaram. Levadas por paixão ou por necessidade, constroem suas vidas em alicerces tão diversos quanto as possibilidades de uma vida. Nos olhos vê-se a paixão. Nas rugas as histórias. A fala, no entanto, revela quase nada das paisagens, das sensações, dos medos, das dúvidas, dos desejos proibidos, da saudade que só sabem o leme e o mar.

E aí reforça em mim essa coisa que não sei definir, mas que explode e aperta o peito. Talvez seja a pequenice que somos diante dos caminhos que pode a liberdade proporcionar. Eu me perco sim diante deles. Confesso. Porque quanto mais conheço do mundo e das pessoas, de alguma maneira me reconheço e de mim me distancio. Na sede intensa de vida. De simplesmente conhecer, ampliar. De estar aqui e ali e me compor das vidas que passam na minha. E talvez seja eu essa colcha linda, colorida, doce, assimétrica e confusa dos retalhos de uma e outra essência humana.



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Aquele abraço!

Posted by Ana on 17:42
À energia negativa que insiste em nos rondar,
A tudo aquilo que nos empata o tempo e a vida,
Ao medo de seguir adiante com o que se acredita,
Às crenças de outrem, que não as minhas próprias,
À inveja,
Ao preconceito,
À estagnação evolutiva,
À falta de respeito,
À intolerância,
A nossas próprias prisões,
Ao "não",
À dúvida que engessa...

...Aquele abraço! E renovo-me.
 

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